Sunday, November 10, 2013

Teus braços serão nichos



nesta noite teus braços serão nichos
recebam eles minha alma espúria
neles recebam o que restar de fúria
o dia inteiro salivada ::: bicho
da terra tão pequeno muitas vezes
vou como folha morta para lá
e para cá :: agora fico aqui
neste abrigo de desgarradas reses ::
o gato do Itaim que ninguém quis
a poetisa rafaelita que
por azar se casou com o poeta
famoso a banda que ninguém conhece
adormeço vário sob tuas asas
voo pelo abismo e o pouso em casa

2 comments:

Ana said...

Gostei deste poema. Hoje temo esse amor em que a gente se abandona. Mas é corajoso. E, às vezes, necessário.

Unknown said...

Olá, Ana. É o abandono menos solitário que se pode ter. E assim é tão bom! :)