Quisera escrever série de posts sobre o filme The Wall, que comecei a assistir há 30 anos. (O bom entendedor entenderá que ainda não terminei). As minhas perplexidades, o meu desespero ao sair do cinema num domingo à noite em 1983. Esses posts virão, por ora alimento o blog com o que me vem à mente ao som do Final Cut.
Para tanto, voltei a ouvir seu "work in progress", os diversos takes das músicas antes das versões definitivas (existem?). Para quem se liga em crítica genética, prato cheio, transbordante.
O que há de mais belo em The Wall disco são "Mother", "Hey you", "Comfortably numb", quando a banda inicialmente tão underground que até as minhocas precisavam olhar para baixo atinge o amálgama perfeito da transgressão com alguns modelos da música pop, sem jamais, jamais escorregar na banalidade.
Fãs tolos de rock progressivo (e os há em profusão, seu nome é legião) talvez torçam o nariz, mas o Pink Floyd sempre foi banda que melhor se sai no formato canção. Seu álbum mais famoso, o The Dark Side, visceralmente conceitual, é um punhado de canções maravilhosas, quase todas se sustentando por si próprias, embora, claro, o melhor seja ouvi-las em sequência.
A banda que começara com o psicodelismo naïve e depois embarcou no psicodelismo hardcore sempre foi uma banda de... canções. O que Atom Heart Mother tem de melhor são as 3 primeiras do lado B. Wish you were here é falho, a ponto de A canção aqui ter se tornado hit (insuportável) de acampamento. Animals é todo ele ótimo, mas não o seria sem a voz / violão básicos das "Pigs on the Wing" que o abrem e fecham qual parênteses.
No comments:
Post a Comment