Uma das jóias da coroa :: minha primeira edição do Mário Faustino autografada.
Adquiri o livro no dia de São Sebastião em 1992. Preço de banana nanica. Era da biblioteca de Carlyle Martins que, até onde sei, foi poeta cearense de versos convencionais que morreu muito velho.
Mário foi poeta piauiense de versos nada convencionais que morreu muito novo. Sua imagética perturba.
Exatos, rigorosos, muito musicais seus decassílabos.
O mundo que venci deu-me um amor,
Um troféu perigoso, este cavalo
Carregado de infantes couraçados.
O mundo que venci deu-me um amor
Alado galoupando em céus irados,
Por cima de qualquer muro de credo,
Por cima de qualquer fosso de sexo.
O mundo que venci deu-me um amor
Amor feito de insulto e pranto e riso,
Amor que força as portas dos infernos,
Amor que galga o cume ao paraíso.
Amor que dorme e treme. Que desperta
E torna contra mim, e me devora
E me rumina em cantos de vitória.
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