Wednesday, February 14, 2018

Dois Filmes Cazaques



Tirei de letra o longo voo Madri-Pequim (me recuso a chamar de Beijing) que atravessa simplesmente toda a Rússia: durmo, leio, converso, escrevo, durmo, olho para o banco da frente sem único pensamento na cabeça, durmo mais um pouquinho. Assisto a filmes.

Não sei como anda a oferta de filmes nas companhias aéreas, mas um hurra! à Air China que nos oferece duas produções cazaques: Tulpan (2008) e O Anjo Ferido (2016), ambos excepcionais. Poderiam, como sói acontecer em países infelizmente considerados periféricos, carregar na cor local. Não o fazem. Mas percebe-se fácil que o Cazaquistão está todo ali. E quem não irá querer se demorar naquelas estepes depois de assisti-los?

Tulpan tem um final feliz. Ou quase. A cena em que Asa, o jovem pretendente orelhudo, faz juras de amor a uma mula, sem o saber, é sensacional. Não é digna de Oscar porque essa bobajada de Oscar é que não é digna dela.

O Anjo Ferido é perturbador do início ao fim. Obra-prima.





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