Esta é uma das muitas coisas indianas que só se entende vendo, ou ao menos tem-se o início de alguma compreensão. Eu lia stepwell e me perguntava que diabos, um poço com degraus? Claro que eu poderia trapacear e guglar imagens. Resisti, mode guardar o susto.
Funcionou. Porque eu pensava well, well, bem, isso é poço, então imaginava aquela construção simples, redonda e obsoleta, onde atiramos moedinhas de costas e fazemos pedidos. Esqueci-me de que na Índia tudo é superlativo.
Chand Baori, na estrada Agra-Jaipur, é um dos mais espetaculares poços com degraus do Rajastão (e, por extensão, de toda a Índia?). Do século IX, cumpria mais do que a função de armazenar água naquela aridez, sendo também espaço de socialização e, claro, de religião. Percebe-se, em decorrência disso, uma preocupação estética: não apenas nas portas, nos pilares, nas estátuas, mas dir-se-ia que no própria estupenda geometria dos degraus. De deixar um Cortázar doido.
A guardiã do poço |
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