Andando por Laranjeiras, esbarro em prédio com três painéis musivos do artista polonês Rachmil Mende Gryner. O do centro, de pastilhas, de maior destaque, é notável sobretudo pelo seu andamento, ou seja, a maneira como as tesselas foram colocadas. É possível perceber dois níveis: o inferior, de gosto cubista, e o superior, de formas arredondadas e sinuosas, como os morros da cidade, que tanto encantavam o olhar estrangeiro. Será o painel todo abstrato? Percebo fácil moça deitada na rede ou reclinada na areia da praia.
Os painéis laterais apresentam o problema que é o abrutalhado de suas tesselas, no caso, pedras, portuguesas ou quase, a princípio incompatíveis com a arte refinada dos mosaicos. Bem, que pedras portuguesas possam servir para lindos mosaicos, os portugueses e nossa orla e a 28 de Setembro já o demonstraram há anos. Mas levá-las às paredes? Gryner se sai incrivelmente bem, lançando mão de pedras menores, pretas, com belo efeito de contraponto.
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