Sim, já publiquei neste blog duas antologias de sapatos (o que não faz o ócio) :: aqui e aqui, a segunda inteiramente dedicada ao Quintana.
E, pior que isso, fiz mesmo um soneto em que falo do Quintana e seus sapatos floridos e eu e Dante em nossas (r)evoluções cotidianas.
Então qual não foi minha alegria ao descobrir no Hotel Majestic em Porto Alegre, onde o Bardo morou, uma oficina de arte Sapato Florido. Fica lá no alto do hotel, perto do telhado. Local, convenhamos, apropriado mesmo para sapatos. Floridos.
O soneto para o Dante, já recitado pelo ator Milton Gonçalves, é este aqui :::
SAPATOS FLORIDOS
Peguei sapatos velhos do meu filho
(tão pequeno e já tem sapato velho!)
e neles plantei flores, como quis
o Quintana: margarida, tomillho,
alcaravia, hortelã, sempre-viva.
O mundo é o mundo desde que nasci
(Ficará rodando depois que formos)
Tu não me enganas, velho, e não te engano a ti.
E se ele estanca em suas engrenagens
se parece que tudo perde o viço
lembremos antes que a manhã acabe:
a vida com pequenas sabotagens
é possível; na área de serviço
fazemos nossa primavera árabe.
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