Acabei de checar e cair para trás : a segunda etiqueta mais popular deste blog é Patrimônio. São 229 postagens, ficando atrás apenas de Poesia. Não foi de caso pensado, claro, apenas escrevo sobre meus interesses, que amiúde se espraiam para o terreno da paixão, às vezes obsessão.
Coincide que andei remexendo em baús de ossos, por ocasião de uma mudança iniciada há três anos e só agora concluída. Nisso desenterrei livros, pôsteres, textos, memorabilia em geral. No meio disso tudo, um pequeno pôster já algo carcomido, que trouxe de minha primeira viagem a Ouro Preto em janeiro de 1986. Porque foi esta primeira viagem a Ouro Preto que me imprimiu na alma a paixão que desde então tenho por tudo que se refere a patrimônio histórico, material e imaterial. E nesses 30 anos muitas alegrias, descobertas e não poucos ou pequenos dissabores.
Nunca 'trabalhei' oficialmente com isso. Patrimônio, pra mim, é como poesia. Mas / E saber que o acervo de Nilton Bravo desta cidade será enfim tombado graças às postagens despretensiosas é motivo de júbilo imenso.
1 comment:
Rio de Janeiro, 27.02.2017.
Caros amigos, Patrimônio Histórico e Artístico Nacional é um desastre institucional a parte. Talvez uma intervenção investigatória da Polícia Federal amenizasse os excessos. O Patrimônio tomba mas não preserva, mas no entanto seus agentes seus agentes intervém da maneira que melhor lhes aprouver.
Uma época, precisamente nos anos 1993/94, participei de uma chapa para a eleger uma direção para o Museu Nacional da UFRJ na Quinta da Boa Vista, São Cristóvão Rio de Janeiro. Aceitei cargo e função de Diretor Adjunto para Assuntos de Ordem Técnica,porquanto museógrafo e arquiteto, além de outras qualificações adequadas para tal. Em seguida fui designado pelo Reitor arquiteto responsável pelas obras de restauração do prédio e reestruturação da instituição. Logo depois fui nomeado -pelo Presidente da República FHC- um dos membros representantes da Entidade Museu no Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Na hora do vamos ver para discutir nossos interesses projetuais de restauração do prédio nos deparamos com a ingrata surpresa de ouvir do diretor do Órgão de Tombamento e não Preservação que para ser feito qualquer intervenção em prédio tombado era OBRIGATÓRIO passar por um escritório de arquitetura mais competente que outros, o dele. Enquanto diretor do Órgão ele não permitiria que outro fizesse o trabalho senão ele.
Por outro lado havia na própria instituição Museu Nacional um grupo contrário à restauração do imóvel e reestruturação espacial. Interferia em seus domínios departamentais. Na hora da decisão houve empate e o financiamento sofreu as consequências porque o voto de Minerva da Diretora Geral foi covarde e não favoreceu. Nesse contexto o financiamento respeitou o contrato e voltou para as instituições que nos financiavam.
Minha solução foi me transferir para a FAU no Fundão onde passeia dar aulas. Os outros não evoluiram mais que isso, permaneceram na mesmice. Boa tarde, Hamilton Botelho Malhano.
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