Tem uma fala da Aracy de Almeida sobre não deixar o Encantado por nada, que ali tinha uma feira aos sábados na Rua Cruz e Souza que era o xodó da sua vida. Não sei em que contexto foi isso, mas não duvido que tenha sido coisa do tipo o repórter perguntando por que ela ainda morava ali, já que, segundo ideia reinante em nossa imprensa e sociedade, ninguém escolhe morar na Zona Norte e, podendo cair fora, cai rapidinho. Se foi isso, a Dama do Encantado, ao falar da feira, foi até gentil.
Aqui no Grajaú são três as feiras de rua. Três. A mítica da minha infância sempre foi a da Júlio Furtado, porque as rodas dos carrinhos de rolimã no asfalto me acordavam cedinho toda sexta-feira, com os garotos que desciam dos morros, nesse misto de faina e algazarra.
Isso coube em um soneto do Caderno (2012):
o esporte de tocar as campainhas.
rolimã arranhando a sexta-feira.
pés ralados em futebol de rua.
desejos saciados em surdina.
sonhando graças com a vizinha nua.
Já não há carrinhos de rolimã, ninguém mais joga futebol na rua, a vizinha casou-se com J. Pinto Fernandes.
Mas a feira continua mais animada que nunca.
Isso coube em um soneto do Caderno (2012):
o esporte de tocar as campainhas.
rolimã arranhando a sexta-feira.
pés ralados em futebol de rua.
desejos saciados em surdina.
sonhando graças com a vizinha nua.
Já não há carrinhos de rolimã, ninguém mais joga futebol na rua, a vizinha casou-se com J. Pinto Fernandes.
Mas a feira continua mais animada que nunca.
2 comments:
Hehehe tb sou fã de feirinha!!!!!! Fotos massa
Carrinho de rolimã também fez parte de minha infância.
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