Saí de casa não em busca dos habituais azulejos, botequins, pisos, casinhas e outros que tais, saí de casa em busca de um campo de futebol. Não qualquer um, mas aquele que pertencera a dois times do subúrbio carioca: o Adélia e o Engenho de Dentro e em cuja inauguração como estádio deste, em 7 de setembro de 1946, o Vasco derrotara o Flamengo por 4 a 2. Pelo que consegui apurar, o campo ainda existia e servia como local de peladas.
Cheguei com dois anos de atraso. Um grande condomínio feioso (não merece sequer registro) soterrou esse quinhão da história do futebol carioca. Uma lástima.
A Rua Henrique Scheid situa-se hoje na sombra do Engenhão. Não causa espécie que a construção do estádio (no terreno onde havia o esquecido Museu do Trem) tenha dado ensejo à especulação imobiliária do entorno. Possivelmente há quem goste e se beneficie disso. Bem, hoje o próprio Engenhão encontra-se precoce e criminosamente abandonado. E eu preferia o campo do Engenho de Dentro E.C. ao feio condomínio. Mas claro que, trocadilho inevitável, numa cidade há anos fadada à verticalização, que agora atinge áreas até então preservadas, algo essencialmente horizontal como um campo de futebol não haveria de sobreviver.
A manhã de 7 de setembro de 1946 bem como as milhares de peladas dos finais de semana permanecem vivas nas memórias de São João Batista, Santo Antônio, São Sebastião, São Cristóvão e São Francisco de Paula, espectadores (e torcedores) privilegiados do alto de suas platibandas.
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