Que alguém desgoste do governo Dilma, tudo bem. Que desgoste da Dilma, está no seu direito. Que um "jornalista" (aspas imprescindíveis, já que é dele a biografia do "ator" Reynaldo Gianecchini) afirme em seu livro Que horas ela vai? que Dilma foi a "primeira mulher sapiens a presidir o Brasil e certamente a última"... bem, isso é inaceitável. Como assim, Sr. "escritor" Guilherme Fiuza? Explica pra gente esse machismo asqueroso, essa misoginia maldisfarçada? Quem sabe a Miriam Leitão não te ajuda? Aquela mesma que defendeu o golpe e agora revela-se / finge-se indignada com a ausência de mulheres no "governo" Temer.
Haja aspas.
Aí me lembrei da Rachel, por amor de contrabalançar um pouco. Rachel de Queiroz reunia facetas não muito queridas dos paneleiros: mulher, nordestina, intelectual, escritora, comunista. Vascaína. Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, antro de barbados. Qual a flexão feminina de fardão? A roupa que Rachel usaria para a posse e sessões tornou-se (quase) um hashtag naquele 1977. O Vasco chegou a oferecer-se para comprar-lhe a indumentária.
Estive com ela em fevereiro de 1993. Eu, Nélida (não a Piñon!), Bao. Conversamos em sua sala por algumas horas. Ela autografou nossos livros, incluindo o raro A Beata Maria do Egito, uma de suas duas peças. Primeira edição de 1958, José Olympio, capa e ilustrações de Luís Jardim. Lembro-me de sua voz quando saquei o livro "Nossa, que relíquia! Nem eu tenho mais isso...."
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