Resistem na Rua Calama, os iglus de Guadalupe. Projeto do governo de habitação popular do pós-guerra, fim dos 40, início dos 50, falharam redondamente (opa) por serem absurdamente quentes. Cito a Wikipédia:
"Para obter o formato de casa, inflava-se um balão de lona plástica,
portas e janelas eram demarcadas com formas de madeira e tudo isso era
revestido por uma tela metálica e recoberto por cimento. Havia do "balão
pequeno", de quarto e sala, ao "balão grande", de três quartos."
Como as casas têm as paredes abauladas, imaginem as dificuldades para a acomodação dos móveis. Por isso e pelo calor e pelas rachaduras surgidas, os moradores foram fazendo o que bem entendiam com eles. Como se vê nas fotos, alguns ainda são habitados e não estão lá com conservação muito boa. A outros agregou-se puxadinho, que acabou por ser muito maior que a própria casa inicial. É o que se vê no iglu verde abaixo, em ótimo estado, parecendo pertencer a família mais abastada. Conversei com senhora que os chama de balões, que rogou que eu não fotografasse o seu, por vergonha do atual estado. Conversei com primeiro-tenente que me confessou que irá pôr o seu abaixo tão logo sua mãe faleça.
Assim resistem os ilgus de Guadalupe, nesta cidade de temperaturas pouco afins a iglus. Contei dezesseis. Pelo que representam, no entanto, merecem imediato tombamento.
3 comments:
Parecem os abrigos antiaéreos com que o ditador paranoico encheu a Albânia e que hoje não servem para nada.
E quando eu era criança pensei que em Guadalupe tinha essas casas por causa do Dragon BallZ.
Verdade. Parece mesmo os bunker da Albânia. Só que os de lá são frescuras ventilados.
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