Saturday, February 07, 2015

Crônicas Turcas I :: Enfim uma Rima para Fósforo



O passeio parecia fadado se não ao fracasso, exagero aqui, mas à frustração. Ambulantes vendem passeios de duas horas, mas optamos pelo 'oficial' de seis. Afinal, é o Bósforo! Se na confortável barca não havia nadica de informação sobre os lugares em frente aos quais passávamos (ah desolados yalis!...), tínhamos no ouvido aqueles fones que funcionavam e informavam muito mal. A parada em Kanlica ao menos nos provê do famoso iogurte local. E o passeio de seis horas só tem essa duração porque somos desterrados em Anadolu Kavagi, última parada do lado asiático antes que o Bósforo deságue no Mar Negro, ouvindo às nossas costas em bom turco : "Daqui a três horas voltamos pra pegar vocês! Carpe diem!".

Então é isso.

Mas depois de  subirmos a colina do Castelo Yorus (aka Castelo Genovês) sob chuva, o céu rapidamente se abre naquele azul que só o Mar Negro conhece e que nos põe comovidos como o diabo. E este mesmo sol que grita no céu aberto vai descansar preguiçoso no caminho de volta.

Sinto que death shall have no dominion e até me inspiro para um soneto em que bósforo e fósforo rimem. Mas isso o pobre do Cruz e Souza já fez (em "Na Mazurka"), uma forçação de barra terrível, Alá me livre.












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