Na conturbada história da Romênia do século XX, os ciganos, os Roma, comeram o pão que o diabo amassou, pisou e cuspiu, ainda que, de maneira surpreendente, durante a Segunda Guerra o tirano-fantoche Antonescu não tenha sido o colaborador que o Terceiro Reich exigia. (Quanto aos judeus, foi. O Porajmos é que não assumiu as proporções do Shoah.)
Assim como na história do Carlos da menina que queria lasanha, em Bucareste jantei meu porco assado no Caru' cu Bere e conheci uma monja em Stavropoleos; em Sighsoara conheci a cidadela e a casa onde nasceu Vlad Tepes; em Viscri conheci a aldeia medieval habitada por saxões desde o século XII. Mas eu queria conhecer os ciganos.
O simpático guardião de uma das igrejas de Sighsoara não me estimula quando lhe revelo meu desejo, conhecer, conversar, almoçar com eles. Na verdade, me desencoraja, por inteligente que me tenha parecido.
Mas a chance aparece, justo em Viscri.
Os saxões que habitavam a Transilvânia desde o século XII abandonaram o país em massa aquando da queda de Ceausescu. Suas casas, desabitadas, foram ocupadas pelos ciganos. Não sei o que se deu em Viscri, mas por lá ainda há romenos da minoria saxã, de modo que os ciganos, aqui em grandes quantidades, habitam casinhas entre a vila mais moderna e a igreja fortificada, perto da qual há as imponentes casas dos saxões.
Ali parei para conhecer Adriana e seus filhos Ionut e Nikoshor. O caçula chegou depois.
1 comment:
Que lindas fotos!!! Já fui assistir a um filme na Caravana Cigana. Acho que foi "Apenas o vento". Difícil triste...
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