Thursday, October 23, 2014

A Morte de Klinghoffer ::: Uma Ópera




Muita controvérsia esta semana em Nova York na estreia da ópera The Death of Klinghoffer, do compositor norte-americando John Adams (1947). A obra tematiza o sequestro do navio Achille Lauro em 1985 pela OLP, que terminou com um judeu estadunidense cadeirante assassinado com dois tiros. Seu corpo foi atirado ao mar. (Na verdade, não "terminou" aí)

A polêmica é que a comunidade judaica dos EUA acredita que a ópera faz glorificação dos terroristas, do terrorismo e é, ao fim e ao cabo, anti-semita.

Eu acho sensacional que se faça ópera sobre temas contemporâneos e não concordo que o compositor tivesse que pedir permissão à família de Klinghoffer, como também se cogitou.

Mas a família tem todo o direito de protestar. A comunidade e simpatizantes (eu mesmo um filossemita), todo o direito de externar o descontentamento, mesmo na entrada do teatro.

Proibir a exibição é uma grosseria míope e insensata. Mesmo porque a ópera não é abertamente anti-semita.

Pano pra manga.

A música, relegada a segundo ou terceiro planos, é soberba. De pronto, os corais são mais impactantes mesmo que as óperas de Philip Glass, com quem Adams divide afinidades e de quem escrevi aqui.






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