Contra aqueles que queiram ver aqui narcisismo do artista que quer ocupar todos os espaços, prefiro olhar mais generoso, algo como, relevem o exagero, Leonardo da Vinci, artista total.
Aliás, se não me falha a memória (cousa frequente), acho que Susan Sontag viu em Lennon esse artista pós-moderno, que joga nas 11: compõe, toca, canta, atua em filmes, pinta, faz performances.
(E talvez nem narcisismo nem artista total, mas... economia. John Entwistle falou que a capa de Quadrophenia custou 16 mil libras, o preço de uma casinha na época, enquanto o seu desenho para o Who by Numbers ficou por 32 libras. Que ninguém lhe pagou)
Minha proposta aqui é modesta, apenas juntar algumas capas feitas pelo próprio músico ou, no caso de banda, por um de seus integrantes.
Joni Mitchell é um caso especial, tendo feito a arte de mais de uma dezena de seus álbuns. E feito tão lindamente, que chegou a contribuir para outros: é dela a capa So Far (1974), coletânea de Crosby, Stills, Nash & Young.
No campo do progressivo, os poucos exemplo são significativos no que temos dois membros da banda fazendo a arte. Na obra-prima First Utterance, do Comus, o líder Roger Wootton pinta capa e contacapa, enquanto a arte interna é do guitarrista Glenn Goring. Em Landscape of Life, do Osanna, a capa coube ao baterista Massimo Guarino, e a arte interna ao vocalista / guitarrista Lino Vairetti.
1969 |
Self Portrait, Bob Dylan, 1970 |
1970 |
1974 |
John Entwistle, 1975 |
Jerry Garcia, 1991 |
Progressivos ::
Roger Wootton, 1971 |
Glenn Goring, 1971 |
Massimo Guarino, 1974 |
Lino Vairetti, 1974 |
Roine Stolt, 1975 |
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