Friday, April 09, 2021

SEAS SEIZE SEES (porque 666 é coisa de criança)

Quando você sentir preguiça de levar a cabo algum projeto, lembre-se do carteiro Cheval, que por 33 anos construiu seu palácio ideal. 

Ou lembre-se do norte-americano Sigmund Snopek, que começou sua ópera-rock "Seas Seize Sees" (trocadilho para 666) em 1973. Compôs 20 músicas. Quase trinta anos depois resolveu terminá-la, escrevendo mais 28 canções.

 A obra enfim terminada tem três atos : DISCOVERY, CONSEQUENCES e AFTERMATH, totalizando 48 músicas. Das 27 músicas do primeiro ato, 19 foram escritas em 1973, bem como a última música do último ato. As oito músicas finais do primeiro ato bem como o segundo e o terceiro atos foram compostos entre 1996 e 1999, com exceção, como já dito, da última música. Em 1973 foi lançado um disco com o que havia de "Discovery". A ópera completa saiu em CD duplo pela Musea em 1999.

Há, com efeito, uma grande diferença entre o material escrito na década de 70 e aquele composto no final do século. O material antigo é bem variado, com toques de jazz, boogie, music hall e rock and roll. E humor. Harmonizações vocais e vocais semi-operáticos, bem impostados. Não é de fácil assimilação. Repetidas audições presentearão o ouvinte com uma montanha-russa de temas e tempos diversos. Sensacional. O material mais recente é bem mais progressivo e melhor produzido. Algumas faixas carregam uma absurda influência do Magma. Zeuhl da melhor qualidade.

No progarchives o álbum tem apenas uma resenha. E nota 3.09. Não é mencionado nos dois volumes de "Rock Raro". O Prog 40, que resume bem Sigmund na frase "un grande musicista, a lungo rimasto sconosciuto ai più", o inclui na categoria dos importantes, mas recomenda outros dois trabalhos que não este.

 


 



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