Quando Paul McCartney parece bobinho, tentando falar o registro coloquial da língua do país do show ou brincando com ursinho de pelúcia que atiraram no palco, ele está apenas sendo brincalhão. E feliz por estar ali no palco, sua vida.
Porque bobo ele não é.
Quando ele canta "Blackbird" em Curitiba e diz que é música pelos direitos humanos, e repete pausadamente direitchos humâânos, ele sabe muito bem onde está e o que quer dizer. Tanto que uma galera não longe de nós principia um coro de "ELE NÃO!" que, embora endossado pelos gritos de Evandro e Camila, não vai muito longe. O sujeito da frente meneia a cabeça, com desprezo, desprezível. O casal ao nosso lado começa mesmo a gritar 'ele sim'.
Fiquei só imaginando o que não foi o Roger Waters naquele gramado.
Para todos os efeitos, houve mesmo cartazete de FORA BOLSONARO, recebido com apupos e latas. Amei. Eu já passara o dia com a camisa LULA LIVRE pela cidade (aqui), de modo que, para o show, no que diz respeito a trajes, achei melhor deixar quieto. Mas quando as bombas de "Live and let die" estouraram, gritei Lula Livre a plenos pulmões. Louder than bombs.
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