Wednesday, January 03, 2018

Messin' (1973) :: Manfred Mann



Progheads costumam considerá-lo o álbum da virada : uma banda mais rock e blues goes prog, nada incomum naquele ano de 1973. O disco seguinte, Solar Fire, já seria o da plenitude progressiva, e é bastante emblemático que ele abra com uma canção completamente reformulada, completamente outra canção, do Bob Dylan, de quem Manfred Mann já vinha fazendo covers desde sempre (aqui).

Também aqui há um cover de Dylan, fato interessante, a música just fine.

Voltando ao Messin': um discaço, que deixa tatuada no acetato a sua condição mestiça de disco de transição. (Mas todo o rock progressivo é mestiço.) Um lado A bem mais prog, um lado B mais blues-rock. Era bom poder dar sentido à história de dois lados. Vide Felona e Sorona, vide outros tantos, the medium is the message, aqui não sei se intencional, como no caso do Le Orme, o que pouco importa, pois a message cabe a nós dar sentido.

Destaques: 

A primeira música, que dá título ao álbum: ótima, politizada e com três minutos de um dos mais lindos solos de guitarra ever.

"Buddah": bluesão pesado. Lots of moog.

"Cloudy Eyes": ótima instrumental.

Do Lado B, a "Black and Blue", sobre a qual escrevi aqui. É notável que num blues eles insiram um bocado de moog lá no final. Transição é isso. E no álbum seguinte, seria mellotron. Transição é isso.

Quem curtir o som deveria comprar o álbum, de modo a prestigiar o artista. Ainda que quarenta anos sejam passados.




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