Saturday, January 06, 2018

A Feira do Subsolo da Berinjela




Numa cidade que perde seus botequins, seus Nilton Bravos, seus sebos, seu jongo e seu céu e que vai, pari e passu com o resto do país, tornando-se presa fácil de um obscurantismo religioso odioso, ter ainda um evento como a Feira do Subsolo do Sebo Berinjela é um alento.

Fui para ver qual era e voltei carregado com duas sacolas, com doze livros saindo pelo ladrão, sendo um verdadeiramente monumental: A Escrita da Memória.

E a Poesia Sempre de Portugal, que eu ainda não tinha, os poemas do Portinari, a edição de 1954 do Mafuá do Malungo, uma primeira edição do Armando Freitas Filho autografada, um Afonso Félix de Souza autografado que pertenceu ao João Cabral, a primeira edição (1989) do Salvador Janta no Lamas também autografada e dois Bergmans, que já é hora dos von Sydows começarem a celebrar o centenário do cineasta aqui em casa.

Não sou rico, sou professor. É que nesses dias todos os livros de arte têm desconto de 50%. Os demais, 30%. E há ainda uma bancada a 3 reais cada (Cenas de um Casamento Sueco estava lá). Tudo isso perto do mosaico do Paulo Werneck. E com direito a café e brownie.

Não bastasse, ali no caixa dou ainda de cara com o livro de "poemas" cometidos pelo poltrão golpista, sua capa devidamente obliterada.


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