Participei de uma degustação de cerveja na linda cervejaria / destilaria Birkenhead, perto de Hermanus. Como era de se esperar, as seis cervejas vinham já na ordem sugerida para a prova: da pilsen à stout, tendo no meio uma weiss com mel e ales. Não achei as birras particularmente excepcionais, mas amei o evento: a manhã azul e crocante, meus pés na grama, as companhias. O destaque negativo ficou por conta da última, a quem defini como 'Nescafé frio', para grande desconsolo de uma canadense do grupo, que dela gostara. Mas defendi-me dizendo que eu não gosto mesmo de stout, então minha crítica não seria de grande valor. É isso: não gosto de stouts há anos, e creio que só voltarei a bebê-las com prazer se em Dublin, ali direto da teta da vaca preta, na torre da Guinness, lendo Joyce e Yeats. Porque, de resto, pra que beber papel queimado?
Bem.
No campo do whisky, restrinjo-me aos single maltes, abrindo honrosa exceção para o Jameson Reserva, que mora no coração.
E na volta da viagem, em busca da meu Jameson, vejo que há uma edição especial. Envelhecida em barris de.... stouts. Non posso credere. Hesito, penso, oro. Curioso, compro.
Simplesmente maravilhoso, ainda mais gostoso que o Reserva. Ressalte-se que os barris foram originalmente barris de Jameson. Barris que armazenaram Jameson foram emprestadas à microcervejaria Franciscan Well, para receberem stouts. Depois foram devolvidos à Jameson, ou seja : whiskey, stout, whiskey again.
No nariz, um pouco cítrico, alguma madeira. Na boca, nada de defumado, nada de turfa. Absurdamente suave, um perigo. Por incrível, não senti nada da stout. Talvez por isso tenha gostado tanto?
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