Este foi o primeiro disco do Egberto que comprei, em 1985, vinil ainda. O Brasil vivia momento de euforia, tão tão diferente de agora. "Carta Marítima" fecha o lado A e sempre foi das minhas preferidas. Não do disco, da vida.
O que fiz agora foi inventar-lhe letra. Não que ela necessitasse.
esta carta marítima já sabe
que encontrará tuas mãos ao som da cítara
e estes acordes lancinantes sabem
à maresia e àquilo que é raiz
de nuvens : certa liquidez e dor.
Aqui o velho Atlas perde o nome
e friagem ao misturar-se ao velho Índico
que também seu nome perde, pois como
nomear esta água e esta luz
que nome Caravaggio lhes daria?
O claro chiaroscuro fantasia
arte e gozo de inenarrável rito
a carta é finda : e que horas são?
o relógio de sol marca infinito
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