Rubem Braga pintado por Dorival Caymmi |
A caminho da linda exposição "O Rio de Mário, Rubem e João", na Mansão Figner no Flamengo, descubro horrorizado que o Bar Picote, um dos mais tradicionais da região, já não existe, virou loja de colchão.
Tenho muitas e boas lembranças do Picote. Muita vez sentei ali depois de comprar CDs de rock progressivo na Halley, loja que, claro, também já não há. Ali sentava para examinar as novas aquisições, ainda arrependido de ter deixado por lá alguma coisa, talvez pelo preço. Passados uns cinco chopes, uma empada e um pastel, ora, mas que sovinice, não está tão caro assim, e essa banda afinal é maravilhosa, e voltava correndo para comprar o CD. Lembro também que ali fiz o pit-stop antes do show do Caravan no Canecão, em 2004.
O Bar Picote já passara por reforma, não era daqueles conservados em formol, e isso me tranquilizava. Era o típico botequim de bairro, bairro da ZS, com mesas disputadíssimas nos fins de semana. O chope era honesto, as empadas e pasteis, idem. Apesar do movimento da Marquês de Abrantes, sentia-se bem ali.
O Bar Picote juntou-se ao Lisboeta, ao Paulistinha, ao Quinta de São Cristóvão (ver aqui), no céu dos botequins. Quem quiser pode agora andar até o Belmonte, o primeiro da rede, na praia, e pagar 85 reais na batata rosti.
Numa cidade dominada por drogarias, igrejas evangélicas, financeiras e lojas de colchão, que Mário Lago, que João Antonio, que Rubem Braga teremos?
Dois chope e um pastel, please |
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