Depois daquela selvageria em Joinville envolvendo as torcidas do Vasco da Gama e do Atlético-PR, circulou pela internet uma foto que despertou a atenção de muitos: a de um torcedor atleticano sendo agredido quando já estava no chão.
Pela imagem a polícia agiu com presteza e chegou facilmente ao agressor Leone Mendes e o prendeu quando ele se enfurnou no banheiro do ônibus da torcida.
Na internet os comentários variaram pouco: de "cadeia nele!" a outros impublicáveis.
Embora a torcida do Vasco estivesse, em primeiro lugar, se defendendo, o que estranhamente quase não foi mencionado, não há em mim paixão clubística que me faça simpatizar por ele. Cadeia nele!, faço coro.
Mas a porção de Leone Mendes existente em torcedores de futebol, mormente dos times que se querem majoritários, não é nada desprezível. Desde que o campeonato acabou mandei para o éter já quase 10 "amigos" do facebook porque, assumo, o Leone Mendes presente nas piadinhas, nos insultos abertos encheram-me as medidas. Não era mera rivalidade: era intolerância, ódio, desprezo, desrespeito à diferença e, como vinham de time que se quer majoritário, o querer impor à força o pensamento hegemônico. Eram todos Leones Mendes, agindo com armas mais brandas, decerto, mas não menos leones-mendes.
Agora um episódio pitoresco: há muitos anos eu jantava no tradiconal Monteiro, centro de Niterói, quando vi estendida sobre o balcão grande bandeira do América. Adorei aquilo, não apenas porque adoro o América, mas porque me agrada a diversidade, inda mais se corajosa. Após constatar que a bandeira pertencia a um grupo de velhinhos numa mesa próxima, perguntei de brincadeira ao garçom se estava rolando ali uma convenção de torcedores americanos. Ele grunhiu alguma coisa em resposta e fez um gesto desdenhoso com a mão. Pouco depois, foi até a bandeira e.... tirou-a de lá!
Redundante dizer que o garçom era flamenguista. O que causa estuperfação (não devia?) foi o fato de ele ter se sentido incomodado pela bandeira do América. Fosse uma bandeira do Vasco, Botafogo ou Fluminense, já teria sido algo grosseiro (não se sai por aí mexendo nas coisas dos outros), mas poderíamos colocar na conta das rivalidades. Mas... do América!?
Não é bem bem Leone Mendes esse garçom? Talvez digam que não, que exagero. Mas realmente acho que assim.
Foi só um exemplo.
2 comments:
"Embora a torcida do Vasco estivesse, em primeiro lugar, se defendendo."
Na verdade busca-se imagens, já que os dois lados alegam o mesmo, acerca de quem começou a brigar, ou a se defender.
Sandro
Sandro, a briga se deu no espaço onde estava a torcida do Vasco.
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