O grande Augusto de Campos revelou que sofria de sonetofobia, o que não causa nenhum espanto ou fobia. Para exorcismar de vez seus pavores, produziu dois sonetos satiricamente chamados de "Soneterapia". No segundo, publicado em Balanço da Bossa e Outras Bossas, realiza colagem em que mescla decassílabos de sonetos clássicos da lit. bras. com versos de sambas tradicionais.
Vamos a ele:
SONETERAPIA 2
tamarindo da minha desventura
não me escutes nostálgico a cantar
me vi perdido numa selva escura
que o vento vai levando pelo ar
se tudo o mais renova isto é sem cura
não me é dado beijando te acordar
és a um tempo esplendor e sepultura
porque nenhuma delas sabe amar
somente o amor e em sua ausência o amor
guiado por um cego e uma criança
deixa cantar de novo o trovador
pois bem chegou minha hora de vingança
vem vem vem vem vem sentir o calor
que a brisa do brasil beija e balança
Bem.
O Thiago Ponce de Moraes, poeta que me honrou ao prefaciar meu Voo sem Pássaro, repetiu a dose (qual?) ao produzir soneto com os versos iniciais de alguns de meus sonetos do Pampinea.
Vejam o que uma Eisenbahn Strong Ale e uma fila de autógrafos não fazem!
1 comment:
Se soubesse que pararia no blog, teria caprichado na letra! ;)
Abração!
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