Thursday, October 10, 2013

Enquanto o pai do Ozzy agonizava



Conhecido por suas fanfarronices (e nem falo dessas bobajadas de reality shows que não vi e não gostei, estou aqui nos 70s), o frontman Ozzy nos legou uma das mais lindas interpretações de roquenrol, a "Junior's Eyes" do famigerado Never Say Die!

Por que falo no Ozzy? A canção é de todo o Sabbath, impecável: levada no baixo do começo ao fim pelo Geezer; um dos mais emotivos solos do Iommi; a bateria tonitruante do amado Bill.

Mas por que falo no Ozzy? Porque a canção é para seu pai, que então morria. Aquele mesmo pai que lhe perguntara alguns anos antes, ao ouvir o primeiro disco do Sabbath: "Filho, tem certeza que você só anda tomando a cervejinha social de sempre?"

A letra, as usual, é do Geezer, mas com toque do Ozzy. Antes de sua saída "definitiva" em 78, ele tinha caído fora, foi substituído e voltou para jogar fora ou refazer o que haviam feito em sua ausência. "Junior's Eyes", que já fora inclusive gravada pelo então vocalista Dave Walker, foi refeita. "Swinging the Chain", a última do lado B, o Ozzy se recusou a cantar e aí achei ótimo porque o Bill contribui com o vocal novamente.

Há pelo menos dois elementos óbvios, para além da letra, que tematizam a morte de um ente querido: o uso do whah-whah (em inglês, lembrem, é crybaby) e o final agonizante.

Será tocada na Apoteose no domingo? Mais fácil galinha criar dente. Never Say Die! é um álbum maldito, de que não se pode gostar. O próprio fanfarrão sensível o declarou uma merda.

Eu não o troco por toda a discografia do Iron.

"Junior's eyes, they couldn't disguise the pain
His father was leaving, and Junior's grieving again
Innocent eyes watched the man who had gave everything
Junior's sorrow, who knew what tomorrow would bring?"





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