Beto no Mercado Municipal de Montes Claros |
Sempre tive muita preguiça desse papo de "No meu tempo que era bom", "A geração de hoje não sabe o que é blablablá". O velho mito da Idade do Ouro, que só admito, com reservas, como parte de um inevitável conflito de gerações
Mas ó, voltando de Montes Claros agorinha, o que me traz Beto Guedes à cabeça e ao coração, lembrei de história. Seguinte: em 1985, último ano do então 2o Grau, todos nós que até recente dizíamos detestar o colégio agora amávamos cada uma daquelas pilastras do Colégio Marista São José, o debaixo, da Barão de Mesquita. Riponga tardio, adorava ter papos cabeça com muitos colegas, festejamos o fim da ditadura, sonhávamos com a faculdade para nunca mais ter que estudar tabela periódica e, não fosse eu à época um pacifista radical, planejaria mesmo dinamitar a ilha de Manhattan
Eu tinha este amigo que fora meu primeiro amigo no colégio, o de cima, em 1976. Ele estava muito, mas muito apaixonado por uma beldade da turma. Beldade esta por quem eu estive apaixonado no ano anterior, e a quem chamei, à época, de Cândida Pérola. Agora éramos bons amigos e eu a chamava pelo nome. Bem, e meu amigo apaixonado? Uma dia ele veio me falar, no desespero daquelas puras paixões adolescentes. Falava como se fosse cometer loucura, falava que passara a véspera ouvindo "Nascente", aquela coisa de estar apaixonado e ficar arranhando a ferida.
"Ah? A música do Beto Guedes? Também acho linda". E ele: "Não, não, essa é bonita, mas, cara, a do Milton!"
Então é isso: dois amigos do 3o ano do Ensino Médio, um deles apaixonado, falam de Beto Guedes e Milton, por que preferem uma versão à outra
Será que hoje....? Meus alunos....? Deixa pra lá
PS: ainda prefiro a verão do Beto, com aquele órgão e aquele piano em ostinato simplesmente assombrosos
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