Monday, April 27, 2020

Tygers of Pan Tang


Eu tinha todo o rascunho de uma resenha do Tygers of Pan Tang que perdi.

Enfim, o que tenho a dizer sobre este disco é o seguinte: vindo em um período de indefinição, indeciso entre o punk e o metal, faz disso a sua originalidade, sua força e grandeza. Em outras palavras, Tygers faz aqui um metal antes que ele se solidificasse (e se engessasse e se mumificasse) num gênero capaz de aloprar pré-adolescentes espinhudos de 12 anos, mas cuja suposta rebeldia passou a residir apenas na aparência. Na aparência de um diabinho ou caveirinha estampados numa camisa preta.

Neste primeiro disco tudo é espontâneo, visceral e fresco. O vocal definitivamente não é o que viria a ser metal. E a coincidência não é meramente cronológica, muito mais de um Paul Di 'Anno que um Bruce Dickinson.

Um punhado de ótimas músicas, com exceção da bobinha "Wild Catz", como que antecipando o futuro próximo da banda, já plenamente dentro da etiqueta 'metal' e, portanto, sem a espontaneidade daqui. Tive este segundo disco em vinil na época, quando eles vieram no Rock in Rio e tornaram-se queridinhos.

Outro ponto positivo deste é a temática pouco comum no metal: crítica social, loucura, eutanásia. Fechar o álbum com "Insanity" é quase o Sabbath fechando Sabotage com "The Writ"

Disse que tive o segundo em vinil. Este aqui eu tive foi numa fita cassete, cópia da cópia da cópia da cópia, que um Julio doido do São José não sei como conseguiu.

É disco para se ouvir assim: em fita cassete ou no máximo vinil.


No comments: