Retomei hoje projeto que inventei com algumas perguntas do Livro de Perguntas, do Pablo Neruda. Retomei e encerrei! Mas nesta postagem não falo do projeto.
O Livro do Neruda consiste em 74 partes, tendo, cada uma, quatro ou cinco perguntas em média. Sempre em dísticos. As perguntas não têm ligação entre si.
Mas qual não foi minha surpresa, ao reler hoje pela manhã, e perceber que os capítulos 70 e 71 fogem à regra, de vez que todas as perguntas estão relacionadas: as dez perguntas dizem respeito às atividades de Hitler no inferno.
Mexendo aqui e ali, adaptei-as para nossa realidade, a do Coprófilo na presidência.
O texto-base que usei é a tradução do Ferreira Gullar, de 2007.
Qual é o trabalho forçado
de Bolsonaro no inferno?
Corre na pista ou da justiça
Aspira o odor dos seus mortos?
Dão-lhe para comer as cinzas
de tantos índios calcinados?
Ou desde sua morte lhe dão
sangue pra beber num funil?
Ou lhe martelam na cabeça
a culpa dos assassinatos?
Ou o deitam para dormir
em cercas de arame farpado?
Ou lhe estão tatuando a pele
para as lâmpadas do inferno?
Ou o mordem sem compaixão
os negros mastins do fogo?
Ou deve ele, noite e dia,
viajar sem trégua com seus presos?
Ou deve morrer sem morrer?
De gripe, eternamente sem ar?
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