O livro de cabeceira do Peru foi o Collected Stories, do Paul Bowles, porque eu já estava avançado nele e não queria largar. Acabou que vieram muito a propósito, principalmente na longa espera do voo de Cuzco.
Todos sabemos que Bowles realiza-se melhor nas histórias ambientadas no Magrebe. De quebra há aquelas que têm como setting a América Latina. Há já aqui um conjunto de narrativas de causar inveja a Fitzgerald. Mas é "The Frozen Fields", escrita em 1959 entre Londres e Sri Lanka, que quase ocupa a primazia no panteão das obras-primas do autor.
A história, dentre outras coisas, nos fala de um homem intratável. Pai odioso, marido intolerável. A repulsa baldada da família (simples) da mulher a ele. O filho pequeno com o rosto esfregado na neve.
Na volta, troco o Bowles por El Pez en el Agua, porque queria comprar um Llosa em sua Arequipa natal, em que pesem as recentes escorregadas do autor.
E está lá, já no primeiro capítulo: o pai insensível, arrogante, egoísta e violento. Que abandona a mulher grávida e volta apenas dez anos depois para exigir direitos. Como o de oprimir mulher e humilhar e espancar filho.
Já não era ficção, eram memórias.
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