Fui a Bonsucesso conhecer a fábrica de chocolate artesanal Quetzal valendo-me de estratagema tão simples quanto infalível: desde o começo da Avenida dos Democráticos deixei-me guiar unicamente pelo olfato e isso em meio ao trânsito pouco amistoso da avenida. Passado um e outro percalço, logo estava em frente ao grande portão marrom (cor de chocolate...) que, uma vez vingado, conduziu-me a um espaço verdadeiramente surpreendente.
Em meio ao maquinário responsável pela torra, separação da casca e dos nibs do cacau, pela têmpera e pelo resfriamento, sobressai aquele a que cabem os processos de moagem, refino e conchagem: um velho moinho clássico de granito rosa dos anos 50. Esta máquina deliciosa e orgulhosamente obsoleta pode levar até 96 horas para fazer o que um moinho de esferas moderno faria em seis. Aqui um dos diferenciais da galera que quer produzir um chocolate com a atenção e carinho semelhantes aos das boas cervejarias artesanais. Outro diferencial, claro, reside no uso dos ingredientes.
Dos seis chocolates que os discípulos de Montezuma produzem, já conhecia o Bahia (com açúcar de coco) e o Dharma (com leite de coco e curry). Lá provei também o Bahl (com lascas de bergamota), o Theobroma (com nibs de cacau), o Xingu (com castanha do pará) e o Himalaia (com sal de rocha). As embalagens são lindas. Trouxe todos para casa e até agora não tenho preferido. Ando é pensando numas harmonizações com umas stouts e uns cabernets.
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