Saturday, January 26, 2013

O Pai do Pedro



Não sem emoção encontro foto do pai do Pedro Nava na salinha dedicada à Padaria Espiritual na sede da Academia Cearense de Letras.

Nava escreveu extensamente sobre a Padaria no primeiro volume das memórias, o Baú de Ossos, de que tenho a primeira edição, saída, ao contrário dos demais que viriam, pela Editora Sabiá do Fernando Sabino e do Rubem Braga.

O livro, ele o dedica à memória de seus avós, de seus pais, de seus tios (o formidável Antônio Sales, de quem falarei em post só sobre a Padaria), seu sobrinho, sua prima, sua mulher e um punhado de amigos (mira o nível das amizades: Afonso Arinos, Drummond, Fernando Sabino, Rodrigo Melo Franco de Andrade, Rachel de Queiroz) P R O F U N D A M E N T E, assim, em letras escandidas, após citar o poema do Bandeira.

Do pai, que tão cedo o deixou, ele escreve á página 85:


"Felizmente, para meu Pai, ele frequentou o grande centro de ensino de seu Estado na fase áurea de 1891 a 1895 -- e ali foi duplamente apertado pelos seus mestres, tanto pelo natural rigor vigente na época, como porque o recomendava a tratos de polé (...). Nesse período meu Pai, sob os pseudônimos de Javany, Josy Norem, Gil Navarra ou com seu próprio nome, faz literatura e versos -- prosa bem aceitável, versos quase inaceitáveis -- os últimos geralmente de circunstância e levando, indiscretamente, para a imprensa de Fortaleza, os nomes bem amados de Ana, Júlia, Cléa e Noemi. E não ficava só no nome. Punha também o sobrenome das deusas, com todas as letras. (...) Mas seu período literário, final e mais intenso, começa em 1894, quando, aos 18 anos, ingressa na Padaria Espiritual e termina em 1896, data do início de seus estudos médicos."

 

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