Antes de se tornar Madame Sarkozy (2008-2012), Carla Bruni foi uma singer-songwriter talentosa, tendo lançado três álbuns. O primeiro, Quelqu'un m'a dit (2002), conheci-o mesmo em Paris, tão logo foi lançado. Deliberadamente low-profile, o disco exibe canções bem arranjadas e brunitas, pelas quais a moça desfila sua voz absurdamente deliciosa (falo da voz!). Gosto muito.
O álbum seguinte representa uma guinada, ao ser todo ele cantado em inglês e não ter única canção de sua autoria. In fact, o disco é uma coletânea de poemas musicados. A seleção dos poemas e dos poetas é de peso: Yeats, Emily Dickinson, Walter De La Mare, Dorothy Parker, Christina Rossetti e Auden. É disco que não desce tão fácil quanto o primeiro e muitos reclamarão do sotaque da belle du jour. Mas haverá quem encontre ainda mais delícias na voz, lembram-se da quase-menina-ainda Catherine Deneuve falando inglês no Repulsa ao Sexo (1965), de Polanski?
Minha música preferida deste é "At Last the Secret is Out", belo poema do grande W.H. Auden. O vídeo pega a música no meio mas, para compensar, estende um pouco o final. E vejam como o Sarkozy foi um cara da sorte, Hélas!
At Last the Secret is Out (W.H. Auden)
At last the secret is out,
as it always must come in the end,
the delicius story is ripe to tell
to tell to the intimate friend;
over the tea-cups and into the square
the tongues has its desire;
still waters run deep, my dear,
there's never smoke without fire.
Behind the corpse in the reservoir,
behind the ghost on the links,
behind the lady who dances
and the man who madly drinks,
under the look of fatigue
the attack of migraine and the sigh
there is always another story,
there is more than meets the eye.
For the clear voice suddently singing,
high up in the convent wall,
the scent of the elder bushes,
the sporting prints in the hall,
the croquet matches in summer,
the handshake, the cough, the kiss,
there is always a wicked secret,
a private reason for this.
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