SAUDADES DE GOA
a minha volta é só formalidade
Sidónio Muralha
Goa volta a mim quando não espero
no cheiro vadio desta coivara
a resistir na manhã, neste alpendre
a lembrar um vasari, no azulejo
solitário da casa abandonada
no coqueiro alto penetrando o azul
na igejinha vigilante do outeiro
nesta ruína a que me entrego
e que põe farpas em meus olhos cegos.
Goa me volta e por ela espero.
Goa dá voltas e voltarei enfim
Que voltar é refúgio de quem vive
Para dizer no aeroporto de Pangim:
Voltar, não volto. Sempre aqui estive
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