Tuesday, September 22, 2020

De cantos guturais, leite de égua, físicos e rock progressivo

A ser feito antes de morrer (de preferência) : assistir a um concerto do Michael Nyman. Visitar Tuva. Explico.

Conheci o Khoomei, o canto diafônico, o throat-singing dos Tuva, há quase trinta anos, na casa de um aluno particular que trouxera CD de Lisboa. Fiquei mesmerizado. Ele me emprestou o CD, o mesmo que tenho até hoje (quando fiz menção de devolver, ele, sabedor de minha paixão, renovou o empréstimo. Ao menos é esta a minha versão).

Richard Feynman, notável físico norte-americano, sentiu e cultivou paixão semelhante por Tuva, parece que nele desperta através de sua coleção de selos. Fez da ida à Tuva tal objetivo de vida que sobre eles (físico, objetivo e Tuva) escreveu-se Tuva or Bust -- Richard Feynman's last journey. Não será demais lembrar que o emérito físico esteve no Brasil por duas vezes, nas décadas de 50 e 60, e tocou pandeiro nos Farçantes de Copacabana (sim, com cedilha), quiçá preparando-se para a grande viagem de sua vida -- Tuva.

Se eu tivesse a chance de assistir a um recital de canto diafônico tuva numa sala de concertos em qualquer lugar do mundo, iria correndo, claro. Mas a vontade mesmo é de ouvi-lo in loco, de preferência vindo de amadores, animados que estaríamos depois de uns goles de araga, a vodka local feita com leite de égua.

 


No álbum The Rainmaker (2001), os Flower Kings usam o Khoomei em dois momentos: na música inicial "Last Minute on Earth" e no final de "Thru de Walls".



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