Com o duplo propósito de tirar o feijão do papel de coadjuvante e pensá-lo em combinações pouco usuais -- propósitos que se entrelaçam -- fizemos esta semana duas receitas diabólicas, inspiradas pelo livro lindo Feijão, da Coleção Aromas e Sabores da Boa Lembrança.
A primeira foi um feijão branco com filé de porco. Até aí não tem novidade, afinal não existe feijoada? Mas com muito, muito tomate. Eu nunca tinha comido feijão assim com tomate. Ficou delicioso.
A segunda, um pouquinho mais ousada, foi uma sopa de feijão branco com camarão e sálvia. A noite estava quente, até Camila suou. Mas não conseguíamos parar de comer.
Sálvia vem do latim salvare e por muitos séculos era a panaceia por excelência. No século XII o frontão da Escola de Medicina de Salerno exibia: "Como pode morrer aquele que tem sálvia em seu jardim?", que já adaptamos para 'Como pode entristecer aquele que toma sopa de feijão, camarão e sálvia?'
Aliás, minha Witzelsucht deitou e rolou com a sálvia, mas deixarei aqui um registro apenas:
Mando receita de sopa
De feijão branco, camarão e sálvia
Se não gostar, delete-a
Se gostar, salve-a.
Não é um poema, é meramente trocadilho. Ao menos tenho consciência disso, ao contrário dos poetastros hodiernos
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