Cheguei aos 50 sem jamais ter parado para ouvir ELO (Electric Light Orchestra), e não por acaso, pois eu nutria preconceitos contra uma banda cujo nome irritantemente me lembrava ELP e que eu lembrava vagamente de ter um álbum com Olivia Newton John. Não perdoava. Tanto que quando noticiaram num fórum de rock progressivo a trágica morte de um integrante sob um monte de feno (!), apenas me ocorreu, caramba, que triste, mas por que falar disso aqui? Não considerava rock progressivo, nem de longe.
E pouco fiz neste último mês senão ouvir obsessiva e ininterruptamente Out of the Blue (1977).
E continua sem ser rock progressivo. Se é para etiquetar, um art rock da melhor qualidade, tipo Queen, tipo Bowie, tipo... Beatles. Beatles, claro! Não por acaso o John era um entusiasta da banda, que chamou de "filhos dos Beatles", que continuaram de onde os próprios haviam parado. Percebo também influências da obscuríssima (e por mim amada) Family Tree e seu Miss Butters, de 68.
Os pontos fortes: as vocalizações harmônicas, a orquestração, a influência Beatles (67-68), a facilidade absurda para as melodias (baixou Schubert aqui).
"Mr. Blue Sky" tem um pouco disso tudo. Eles soam mais Beatles que os próprios Beatles, mais realistas que o rei, mais papistas que o papa, mais cristãos que os goeses mais cristãos.
Um doido gosta tanto dessa música que fez um vídeo no Youtube com o mesmo take tocado over & over. Então você pode ouvir "Mr. Blue Sky" por uma hora. E ainda achar pouco.
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