Conheci Milho Verde em julho de 1987, num final de tarde que me marcou para além dos limites. Voltei no último dia de 1994, ou seja, passados sete anos. E retorno agora, final de 2018, isto é, passados quase 25 anos da última vez em que lá estivera.
Nutro paixão silenciosa e profunda por Milho Verde, não digo inexplicável que toda paixão é inexplicável. Tenho ciúmes. Tenho raiva de quem, por exemplo, vai apenas pelas cachoeiras.
Minhas idas sempre foram profundamente marcadas por pessoas, mesmo que por breve momentos (nunca dormi em Milho Verde). Na primeira vez havia menina linda que falava sem parar e acariciava nossos cabelos. Quando voltei, sete anos depois, soube que ela se encantara. E conheci uma pequena doce que catava feijão e falava de seu irmãozinho que caíra da janela, batera a cabeça e tinha sequelas. Os dois ali, eu entre eles. Falávamos. Agora, na fim de 2018 conhecemos Dona Tatá, Dona Maria da Luz, Richard, Lua Rara.
Milho Verde é tão pequena mas tem duas igrejas. Entrei, enfim, na Nossa Senhora dos Prazeres. Na do Rosário nunca entrei, mas tanto me satisfaço em vê-la de fora e seu gramado e as crianças jogando bola e o cemitério, para quem escrevi poema que saiu no Taipa de 1994. Houve quem gostasse,
A prosseguir esse ritmo, voltarei com 75 anos? Não pode. Quero voltar mais. Para ficar mais confuso.
E não disse nem um décimo do que tinha pensado. Sempre assim, né?
Já tinha falado recente aqui e aqui.
PS: Houve época, fim dos anos 1990, que eu gostava de dizer que as três cidades mais bonitas do mundo eram Santiago de Compostela, Veneza e Milho Verde. Hoje já não tenho tanta certeza quanto a Santiago e Veneza.
PS: Houve época, fim dos anos 1990, que eu gostava de dizer que as três cidades mais bonitas do mundo eram Santiago de Compostela, Veneza e Milho Verde. Hoje já não tenho tanta certeza quanto a Santiago e Veneza.
2 comments:
Evandro, que coisa mais preciosa. Eu aqui mal suporto não me chamar Dona Tatá, Maria da Luz, Lua Rara. Mal posso viver não sendo aquela porta de madeira azul já bem gasta com um enfeitinho pendurado. E que bom, afinal, eu nem ter visto ao vivo aquela almofada bordada, meu amigo: eu danaria a chorar desatada, ainda mais que qualquer cachoeira.
Vocês aí num Verão danado e nós aqui um frio a piorar para o final da semana.
(também adorei a porta pintada de azul velhinho)
Eu não sei se já lhe disse isto, Evandro, mas eu estou visitando o Brasil através deste blogue. Gosto muito. :-)
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