Não direi o 'verdadeiro' Palácio do Itamaray que mais tarde, numa revisão, eu poderia me acusar de essencialista, ufanista e bairrista. Mas o Palácio do Itamaraty, que sabe-se lá como escapou da sanha destruidora do traçado da Presidente Vargas, reabriu para visitas.
Está certo, está tudo muito certo, ver tantas coisas bonitas do tempo do Rei e dos primórdios da República. Mas o que eu queria mesmo era ver a sala onde o Guimarães Rosa trabalhava, onde revia as traduções do Corpo de Baile para francês, onde chorava ao fazê-lo, onde escrevia suas cartas e onde, é claro, tratava das sérias questões de fronteiras do Brasil.
Isso não foi possível. Ninguém ali ouviu falar de Guimarães Rosa. Mas vislumbramos, de longe, onde ele possivelmente trabalhou. Não é pouco. E de onde, cansado do bife de zinco da cozinha, saía para almoçar no Sentaí e nos árabes do Saara.
( aos visitantes: e depois, ou antes, admire o painel grafitado maravilhoso da Luna Buschinelli, o maior já feito por mulher no mundo )
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