O melhor gim artesanal do mundo é brasileiro, destilado numa linda fazenda tricentenária no Estado do Rio de Janeiro. Veja você: fazem de tudo para acabar com o estado e a cidade do Rio e coisas lindas assim (r)existem, estralando no azul do vale do Paraíba, reinventado-se.
Foi ano passado que soube que uma destilaria de nome Amázzoni ganhara importante prêmio. Fiquei com uma, duas pulgas, fui pesquisar, achei. E hoje visitei. Trata-se da primeira destilaria independente de gim do Brasil, situada em fazenda -- a Cachoeira -- que, para além do café de lei, já produziu muita cachaça envelhecida.
Esta história de gim é recente, o que torna tudo mais bonito. Quando os amigos, visionários alquimistas decidiram pela fabricação desse álcool de cereais com ervas aromáticas, especiarias e os famosos botânicos, quiseram produzir coisa bem brasileira sem, contudo, jactâncias de achar que estavam a reinventar a roda. Ou seja, vamos colocar ingredientes típicos do gim: o zimbro (por óbvio), o limão, o louro, a mexerica, o coentro, mas vamos agregar os inéditos, diretos da selva, jamais explorados como princípios botânicos em um gim. E assim entraram também o cacau, a castanha-do-pará, o maxixe, o cipó-cravo e a rainha do lago (esta mais por superstição?). Ou seja: um gim artesanal brasileiro, sim, porém sem os excessos e os romantismos da cor local.
Hoje produzem uma criança de 42% de teor alcoólico. Já começam a fazer uma versão para o mercado estadunidense com 50%, que provei e aprovei.
A visita conduzida pelo João Mazza é genial. De quebra, provas e um delicioso gim tônica, com a tônica também produzida na casa. Digo, na casa-grande. Will wonders never cease?
Antigo alambique de cachaça (e as 3 seguintes) |
O primeiro alambique de cobre projetado e fundido no Brasil |
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