Não entendo o porquê de os tailandeses chamarem de whiskey o destilado feito de melaço que deveria naturalmente atender por rum. Reparem que na garrafa vem escrito rum, decerto por pressão internacional, acordos de exportação essas coisas. Mas no cardápio de hotéis e restaurantes continuam chamando de whiskey, provavelmente palavra de maior status.
Na Índia era a mesma coisa. Faziam (e fazem) milhões de hectolitros de "whiskey" de melaço, que a comunidade highbrow escocesa desprezava ou no máximo olhava com impaciência, como um monge observa adolescentes buliçosos voltando para casa de ônibus. Levou tempo até que a Índia viesse com um Amrut (aqui), a quem os monges escoceses são forçados a pagar respeito.
Na Tailândia não sei se há de fato whiskey de verdade. Pedi esse SangSom em nosso primeiro restaurante em Chiang Mai. Pedi uma dose e, para nossa surpresa, depois deixaram o resto da garrafa na mesa, como cortesia. Não precisava. Bebi com esforço, por puro amor à antropologia e à etnoculinária. Soube depois que deveria ter diluído em muita soda e gelo, o que seria um bom acompanhamento para o tempero dos curries. Não sei. Achei mais prudente voltar às pilsens.
(Ah, mas justo ali, relativamente próximo a Chiang Mai, já se produz vinho. De que falarei depois)
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