O problema que se coloca a qualquer azulejófilo que visite Istambul é: depois daqui, o quê? Com efeito, a profusão de maravilhas nas mesquitas e palácios e, o que é 'pior', a constatação de que a azulejaria é ainda arte plenamente cultivada por lá, presente nas ruas e estações de metrô, são tais que o mais natural seria deixar a antiga Constantinopla como último destino de sua vida, de modo a, falo em termos de azulejos, não eclipsar completamente o que vem depois.
Ruminei muito isso enquanto ainda estava lá :: "Alá, e agora, que será de mim? Ainda encontrarei alguma graça em azulejos de botequim, em paineis azulejares da hinterlândia carioca, nos humildes azulejos de santinhos (aqui e aqui)??
De lá voltei.
Em meu primeiro sábado de volta, descubro feira no Grajaú que desconhecia por completo, em rua que deságua na Verdun. Vou conhecer e gosto, mas me frustra a ausência de uma barraca de caldo e pastel. Da feira perambulo mais um pouco e passeio por ruas pouco exploradas do bairro. Uma vila tem seu portão aberto e eu, qual o cachorro da igreja, aproveito. Logo na primeira casa, um painel com 30 azulejos com aquelas típicas paisagens escapistas e bucólicas. Na mesma casa, um pequeno painel de Santo Antônio emoldurado e, ainda na órbita da feira, não muito usuais azulejos de São Cristóvão e Santa Rita de Cássia.
E eu fiquei feliz.
No comments:
Post a Comment