Wednesday, August 13, 2014

Nilton Bravo, pintor de botequins ::: Soneto


Où coule au lieu de sang l'eau verte du Léthé
Charles

pro Rixa


pintor de botequins, o Nilton Bravo
acolhe em suas sombras homens gastos
que se deixam estar qual velhos gatos
para suas choupanas e castelos
para suas ruínas e flamboyants
voa a alma daquele homem só
que lentamente bebe sua cerveja
é mesmo bom essa total ausência
da figura humana de suas telas
uma mulher talvez lembrasse a amada
que mastigou o coração do homem
que lentamente bebe sua cachaça
que pinga em suas veias em filetes
e preguiçosamente forma o Letes





PS :: enfim um soneto para o Nilton Bravo. Não está pronto, mas é aquela história, blog não é livro etc. Ilustra-o um Bravo que até agorinha eu tinha na pasta das "dúvidas". Ao examiná-lo agora decifro a assinatura no lado direito. É, pois, outro Bravo legítimo, situado no bairro de Vasco da Gama, ao pé mesmo de São Januário. Alguns Bravos do blog são citados aqui.




1 comment:

Papel de Roça said...

Bravo!
Sheila