Monday, April 07, 2014

Valsa da Vida, Valsa do Avô



Remexendo nos guardados da tia, reencontro valsa do meu avô, várias cópias da mesma, algumas em inacreditável estado de conservação, a rir da passagem de cinquenta anos. Uma delas autografada.

Este o vovô materno Marcelo, Marcello von Sydow, que partiu quando eu tinha 5 ou 6. Como meu pai era órfão, fui também praticamente órfão de avôs. O paterno, galego de Pontevedra, é o Vovô Juquinha, completamente inventado. Este reconstruí em entrevistas conversas com mãe e tia. Este o avô boêmio, romântico, cardíaco, getulista a flamenguista doente, que gritava "Cu!, cu!, cu não é palavrão, é monossílabo!", para desespero da minha vó pudica. Este o avô inadaptado à vida. Inadaptado a ponto de granjear-lhe favores com valsas, como os primitivos que queimavam resinas e sacrificavam cabritos para aplacar o humor dos deuses.






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