Wednesday, March 28, 2012
Tomei cerveja com Bodhisattva, parte 2
O título do post anterior traz Bodhisattva, cerveja e eu, sujeito desinencial. No texto, contudo, a cerveja não aparece e houve quem desse falta. Também costumo sentir falta. Juro que não coloquei o precioso líquido no título só para conseguir mais hits em buscadores e juro que ela não está ali como Pilates no credo.
Tomei cerveja com Bodhisattva em visita deste ao Rio no final do ano passado. Fomos ao Bar Rebouças, o simpático e minúsculo botequim do Jardim Botânico. Sentamos na calçada e pedimos Heineken. Seu Alberto lembrou, sem zanga, ser hora de almoço e que talvez lhe fosse ruim perder uma mesa assim para bebedores apenas. Mas ele logo percebeu que a quantidade proverbial de garrafas verdes e de bolinhos de camarão com catupiry iriam valer o almoço de uns cinco taxistas.
Muito falamos. Quando discorríamos sobre filmes tabu -- Saló e A Serbian Movie --, vislumbramos no alto do balcão, com os poderes especiais conferidos pela Heineken, uma garrafa de whisky que só podia ser Talisker. Ameaçava chuva grossa, o que inspirava o single malt de Skye. Sob o céu plúmbeo e baixo que pesava como uma tampa, o azul era tantálico. Uma dose do único single malt da ilha de Skye levar-nos-ia a God knows where. A Skye talvez.
Bons bodhisattvas, porém, mantivemo-nos fiéis aos cascos verdes, que sobre a mesa cresciam como cabelos de medusa.
E assim iluminamos a tarde escura.
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