Eu namorava de longe esse lindo painel azulejar neste edifício de esquina da Avenida Rainha Elizabeth com a Canning. Pela proximidade com a feira hippie, eu diria que ali é Ipanema, mas a municipalidade trata a rua da rainha belga como Copacabana. Não importa. Importa que eu namorava de longe, às vezes mesmo de dentro do ônibus, tal a minha timidez. Foi só agora que fui ter com eles e, qual não foi a minha surpresa, descobri que na entrada pela Canning há um outro painel, ainda maior, todo ele em suave curva que o semblante deste prédio de 1955 é modernista, com seus pilotis, com as geometrias da fachada, com os panos de vidro e, por óbvio, com os próprios painéis azulejares, tão ao gosto.
Minha paquera antiga tem 322 peças, mas nenhuma assinatura. Lembra um pouco Burle Marx que por sua vez lembra Portinari. Lembra aquele lindo da sede náutica do Vasco (aqui) ou Matisse. O outro pareceu-me um pouco menos autoral, mas nem por isso desinteressante. As coroas (notem) são de rainha, não de rei, mui apropriado para a rua.
O prédio foi tombado (provisoriamente?) em 2003.
O prédio foi tombado (provisoriamente?) em 2003.
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