Gozando Junto é uma 'série' aqui no blog, alcançando já 28 postagens. Não chega a ser uma tag (está dentro de Fotografia), mas é série algo persistente, que vai desde maio de 2013 (aqui) a agosto de 2017 (aqui). Seriam mais postagens, houvesse mais disciplina. É um projeto, dos muito pessoais e inúteis, como o dos botequins velhos, das serralherias, patrimônio em geral. O dos botequins velhos virou exposição (aqui), itinerante e ainda circulante, então o Gozando Junto virou também.
Não é bem uma seleção das melhores fotos, foi o que deu pra fazer, entre Dante, aulas, inventário e os mesmos sem roteiro tristes périplos.
Para quem ainda não conhece a Gozando Junto, trata-se de registrar desconhecidos tirando fotos. A exposição tem 31 registros que vão de um botequim em Maria da Graça a um templo na Tailândia, de uma mesquita em Marrocos a um museu em São Paulo, de São Januário a Istambul, da África do Sul ao Grajaú, dentre outros lugares e situações.
A fotógrafa e gentil colega Fátima Vollu escreveu a apresentação :
Olhar o outro, pelo outro.
Um olhar a partir de
trinta e um olhares.
O olhar do outro
passa a fazer parte do seu olhar, do seu recorte.
Evandro nos mostra em imagens o ato de
fotografar. Registra o espaço / tempo que as pessoas escolheram para guardar em
imagem algo significativo para elas, tal como Barthes aborda em A Câmara Clara.
O espaço é ressignificado com olhar singular.
Evandro não o vê de forma isolada, mas inclui cenas, histórias vivas e
registros que se tornarão memória dessas pessoas anônimas.
Se apropria das narrativas desses anônimos e cria
novas. Ao fazer isso, se aproxima destas pessoas e de suas histórias, com
imagens que nos trazem referências visuais dos fotógrafos / fotografados: roupas,
poses, escolha do local e do enquadramento para o click. Mas entre estas
percepções e a leitura de quem as observa há muito espaço para imaginação e
narrativas diversas que serão construídas na relação com o público.
É isso que as imagens da exposição trazem: oportunidades para viajar junto com os olhares de Evandro. Instigam o público a investigar cada detalhe, onde fotógrafo, fotografados e espaço interagem.
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