Monday, October 31, 2016

Um gato morre



um gato morre
morre sem alarde
sob meus olhos

a janela dos fundos
onde jamais ficara
agora o seu lar

os dias as noites
o vento e o sol
o gato recebe
no corpo que definha
onde se processa
o inexorável movimento

tudo isso
os dias o vento
o sol e as estrelas
sob meus olhos

minha mão se estende
com o pequeno quinhão
inútil

inútil este poema
inúteis palavras
farsescas face o movimento
obstinado e calado
que lhe cava os dias
estrelas vento
sol

1 comment:

luciana said...

Ai q pena!!!!! Mas tava doente.....deixa saudade!