Há coisa de seis anos fiz postagem para ele (aqui) e, relendo-a, assino embaixo de tudo, com exceção do erro de chamá-lo roxo quando até Miguilim o veria rosa. Fosse roxo, lembraria um jacarandá, o que está longe de ser o caso.
É um ipê-rosa aquele defronte o Tabladinho, um dos mais lindos da cidade. Gosto dele em especial porque foi ali que meus olhos pousaram na primeira vez que vestiam óculos em 1992. Como que o alumbramento foi maior, tão fora de si aquele rosa contra o céu de inverno, as abelhinhas miúdas fazendo a farra.
Este ano subi ao Tabladinho de novo, privilégio de que não abro mão, por amor de ter com ele de perto. Nisso Lúcia veio conversar e disse que sua floração em agosto era o modo de desejar a todos um feliz retorno das férias, um feliz segundo semestre, essas coisas que os ipês tentam dizer em agosto, mês geralmente difícil. (Agora faz calor no inverno e o calendário escolar tumultuou-se, mas ele não foge à sua natureza.)
Depois Lúcia disse também, netinha ao colo, filha do meu primeiro aluno Chico, que seu pai, que conheci de relance há muitos anos e que muito encantou-me tomando sua latinha de Brahma Extra, era louco por ipês de modo que hoje descansa na fazenda à sombra de um. Branco. Segundo ela, mais delicado.
Então é isso :: você sobe para tirar fotos de perto do ipê e aprende que o pai da velha conhecida os amava e hoje descansa à sombra de um. Isso tudo antes das aulas, antes do trabalho. É sentir-se menos só. E pensar que também pode ser assim, daqui a muitos anos.
1 comment:
Olha a Lúcia, gente! Deu saudades.
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