Sunday, April 10, 2016

Steve Wilson ao Vivo



No dia seguinte eu estava rouco e Camila mangando de mim, imitando o que não viu, como se eu fosse uma daquelas mocinhas em preto-e-branco gritando histéricas num show dos Beatles.

Ela tinha razão, perdi a voz no show do Steve Wilson de emocionado que gritei. Em transe.

Porque enfim, enfim a chance que tive de ver ao vivo o membro que faltava da Santíssima Trindade do progressivo contemporâneo. Os outros dois são Neal Morse e Roine Stolt, a quem assisti juntos no show histórico do Transatlantic, também em São Paulo (escrevi aqui).

Se os chamo de Trindade do progressivo, isso se dá não apenas à qualidade da música que fazem, mas à absurda quantidade e a todo o trabalho envolvendo produções e projetos paralelos. No que concerne apenas à qualidade da música, o garoto Steven Wilson ("born in 67 / the year of Sargeant Pepper") leva mesmo vantagem sobre os dois (não que eu goste de competições aqui), porque consegue, ao contrário de Stolt, manter a inventividade em tudo que faz, no fillers allowed, e, ao contrário de Morse, não quer converter-nos ao sangue de Jesus.

Steve Wilson é um gênio. Gênio com o Porcupine Tree, com o Blackfiled e na carreira solo. Seu show, o terceiro por aqui, sempre em São Paulo, e o primeiro a que assisti, é experiência épica em todos os sentidos para todos os sentidos. 

Steve pergunta-nos se o achamos triste / melancólico (miserable) para convercer-nos de que não o é. Eu já sabia. Steve dá alfientada no heavy metal, confirmando que é impossível uma banda de HM não cair na mesmice repetitiva. Eu também já sabia, mas bom ouvir assim de uma autoridade que não apenas faz rock progressivo, nunca formulaico, como tem uma atitude visceralmente progressiva.







Time flies, de outro show :::



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